Da prática comparativa nas dimensões artística e temporal
A arte encerra níveis de complexidade que beiram a impossibilidade de teorização. A teoria dificilmente dará conta de completar seu intento explicativo. A comparação de produções artísticas, pelas dimensões de sua poética, fatura ou temporalidade, elevam esta complexidade à enésima potência.
Ciente disso, afirmações conclusivas dão lugar a uma tentativa, mesmo que tosca, de tentar transformar aquilo que transita no nível da fruição e do sensível para o nível do explicado e do verbalizado.
As obras de Edward Hopper (1882–1967) e Gregory Crewdson (1962), independentemente das suas diversas plataformas de criação e do distanciamento temporal, arrebatam.
Tal impacto é fruto da capacidade de representação da tensão entre padrões de experiência influenciados pela história social. As obras trazem imagens perturbadoras, especialmente retratando paisagens angustiantes e distópicas do imaginário norte-americano, revelando uma espécie de ansiedade calada, comum à sociedade de consumo. Esta tensão se torna visível, no contraponto entre os símbolos, ideais e efeitos de uma sociedade de consumo (incipiente ou consolidada) e as fantasias e ambições individuais, projetadas pelo próprio observador.
Daquilo de conceitual outorgado
Aura [Do lat. aura, por via erudita.]:
2. Hist. Filos. Cada um dos princípios sutis ou semimateriais que interferem nos fenômenos vitais.
3. Restr. Em certas religiões, como, p. ex., o espiritismo, suposto halo luminoso que só os iniciados vêem.
4. Neur. Fenômenos ou sensações que precedem o início de crise paroxística, como o ataque epiléptico.
5. Psican. Ambiente psicológico de um acontecimento exterior.
Atemporal [De a-3 + temporal.]:
1. Que independe do tempo.
Poético [Do gr. poietikós, pelo lat. poeticu.]:
1. Relativo a, ou próprio da poesia.
2. Que encerra poesia.
3. Que inspira; inspirador.